sexta-feira, 3 de junho de 2011

A Janela da Vida...

Hoje pela manhã estava pensando que eu deveria agilizar algumas coisas pra definitivamente desacelerar e aproveitar mais, tudo...Em seguida recebi por e-mail uma mensagem linda, escrita por Alexandre Garcia... Vale ler e começar agora. 
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"Era criança quando, pela  primeira vez, entrei em um avião.
 A ansiedade de voar era enorme.
 Eu queria me sentar ao lado da janela de qualquer jeito, acompanhar o vôo  desde o primeiro momento e sentir o avião correndo na pista cada vez mais rápido até a decolagem.
 Ao olhar pela janela via, sem palavras, o avião rompendo as nuvens,  chegando ao céu azul.
 Tudo era novidade e fantasia..
 Cresci, me formei, e comecei a trabalhar.  No meu trabalho, desde o  início, voar era uma necessidade constante.
 As reuniões em outras cidades e a correria me obrigavam, às vezes, a  estar em dois lugares num mesmo dia.
 No início pedia sempre poltronas ao lado da janela, e, ainda com olhos de  menino, fitava as nuvens, curtia a viagem, e nem me incomodava de esperar um pouco mais para sair do avião, pegar a bagagem, coisa e tal.
 O tempo foi passando, a correria aumentando, e já não fazia questão de me  sentar à janela, nem mesmo de ver as nuvens, o sol, as cidades abaixo, o  mar ou qualquer paisagem que fosse.
 Perdi o encanto. Pensava somente em chegar e sair, me acomodar rápido e  sair rápido.
 As poltronas do corredor agora eram exigência . Mais fáceis para sair sem  ter que esperar ninguém, sempre e sempre preocupado com a hora, com o compromisso, com tudo, menos com a viagem, com a paisagem, comigo mesmo.
 Por um desses maravilhosos 'acasos' do destino, estava eu louco para voltar de São Paulo numa tarde chuvosa, precisando chegar em Curitiba o mais rápido possível.
 O vôo estava lotado e o único lugar disponível era uma janela, na última poltrona. Sem pensar concordei de imediato, peguei meu bilhete e fui para o embarque.
 Embarquei no avião, me acomodei na poltrona indicada: a janela. Janela que há muito eu não via, ou melhor, pela qual já não me preocupava em olhar.
 E, num rompante, assim que o avião decolou, lembrei-me da primeira vez que voara. Senti novamente e estranhamente aquela ansiedade, aquele frio na barriga.
 Olhava o avião rompendo as nuvens escuras até que, tendo passado pela chuva, apareceu o céu.
 Era de um azul tão lindo como jamais tinha visto. E também o sol, que brilhava como se tivesse acabado de nascer.
 Naquele instante, em que voltei a ser criança, percebi que estava deixando de viver um pouco a cada viagem em que desprezava aquela vista.
 Pensei comigo mesmo: será que em relação às outras coisas da minha vida eu também não havia deixado de me sentar à janela, como, por exemplo, olhar pela janela das minhas amizades, do meu casamento, do meu trabalho e convívio pessoal?
 Creio que aos poucos, e mesmo sem perceber, deixamos de olhar pela janela da nossa vida.
 A vida também é uma viagem e se não nos sentarmos à janela, perdemos o que há de melhor: as paisagens, que são nossos amores, alegrias, tristezas, enfim, tudo o que nos mantém vivos.
 Se viajarmos somente na poltrona do corredor, com pressa de chegar, sabe-se lá aonde, perderemos a oportunidade de apreciar as belezas que a viagem nos oferece.
 Se você também está num ritmo acelerado, pedindo sempre poltronas do corredor, para embarcar e desembarcar rápido e 'ganhar tempo', pare um pouco e reflita sobre aonde você quer chegar. 
A aeronave da nossa existência voa célere e a duração da viagem não é anunciada pelo comandante.
 Não sabemos quanto tempo ainda nos resta.
  Por essa razão, vale a pena sentar próximo da janela para não perder nenhum detalhe.
 Afinal, a vida, a felicidade e a paz são caminhos e não destinos."

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